Em 1924 o estudante de pós-graduação, Carney Landis, decidiu
fazer um experimento com várias pessoas em uma sala da Universidade de
Minnesota. Landis queria saber se certas experiências, como dor, ou choque,
provocavam as mesmas expressões faciais nas pessoas.
Para que
isso fosse feito com êxito, o estudante sentou todos os convidados em carteiras
confortáveis e pintou os rostos para conseguir ver melhor as expressões
faciais. A experiência durou cerca de três horas, e durante todo esse
tempo as pessoas foram submetidas à brincadeiras bizarras e
desagradáveis, incluindo a colocação de fogos de artifício sob seus
assentos e eletrocutando suas mãos. O ápice do experimento aconteceu quando ele
pegou um rato branco vivo em uma bandeja e pediu-lhes para cortar a cabeça do
animal com uma faca de açougueiro.
Pode ser que os métodos que Landis utilizou para essa experiência
não tenha sido os melhores, mas ele conseguiu descobrir algo inusitado: mesmo
durante situações violentas, a reação mais comum das pessoas não era
chorar ou sentir raiva, mas sorrir.
“No que diz
respeito a este experimento não encontrei outra expressão senão um sorriso, que
estava presente em fotografias suficientes para ser considerado como típico de
qualquer situação”, disse ele.
Ainda
segundo ele, foram descobertos 19 sorrisos, destes, apenas seis ocorrem
quando estamos de fato felizes. O resto acontece quando sentimos dor, ou
constrangidos, desconfortáveis, horrorizados até mesmo miseráveis. Um sorriso
pode significar desprezo, raiva ou incredulidade, que estamos mentindo ou que
perdemos.
O sorriso sentido
Os
primeiros passos para a descodificação de tal estudo veio do século 19 com
neurologista Duchenne de Boulogne. Ele era filho de um pirata francês e tinha
uma propensão para eletrocutar seus pacientes. Duchenne estava interessado na
mecânica das expressões faciais, incluindo como os músculos do rosto se
contraem para produzir um sorriso. A melhor maneira de estudar isso, ele
decidiu, era prender eletrodos ao rosto de uma pessoa e sacudir seus músculos
em ação.
O
procedimento era muito doloroso, e Duchenne não havia conseguido muitas pessoas
para a experiência, até que ele conheceu um homem que não tinha sensibilidade
no rosto. Essa ocasião se tornou conhecido como o sorriso
“sentido” ou “Duchenne” e está associado com sentimentos genuínos de prazer e
felicidade vertiginosa. O sorriso é longo e intenso, embora envolva a contração
de apenas dois músculos.
Sorriso de desprezo
Indica uma mistura de nojo e ressentimento e é desconcertantemente
semelhante a um sorriso de verdadeiro deleite, exceto para os cantos dos lábios
que aparecem apertados.
Sorriso do medo
Levantar as
sobrancelhas em surpresa aumenta o campo de visão, e pode indicar medo. Nos
chimpanzés, os sorrisos de medo mostram os dentes firmemente presos juntos,
como se fosse para mostrar que eles não estão prestes a morder.
Para provar
esse ponto de vista, Darwin chegou a improvisar um experimento em sua casa, em
Downe, uma aldeia fora de Londres. Ele escolheu 11 das fotografias de Duchenne
e pediu a 20 de seus convidados para adivinhar qual emoção eles representavam.
Eles concordaram unanimemente com felicidade, medo, tristeza e surpresa, entre
outros, e Darwin concluiu que essas expressões são universais.
Sorriso miserável
O “sorriso
miserável” é uma expressão de um leve sorriso assimétrico com uma
expressão de profunda tristeza colada no topo. Durante décadas, os
psicólogos acreditavam que esse hábito contra-intuitivo poderia ser aprendido,
mas em 2009 uma equipe da Universidade Estadual de San Francisco descobriu
provas tentadoras de que está programado em nosso DNA.
O sorriso umedecido
Já sabemos
que sorrir é de fato instintivo, mas não apenas quando estamos felizes. O
sorriso umedecido é uma tentativa de controlar um sorriso feliz e existe porque
alguns músculos, como os que controlam a boca, são mais fáceis de suprimir do
que outros. “As bochechas serão levantadas, mas nós puxamos os cantos da boca
para baixo ou pressione os lábios juntos, como “eu não deveria estar sorrindo”,
diz Zara Ambadar, um psicólogo cognitivo da Universidade de Pittsburgh.
Sorriso embaraçado
O “sorriso
embaraçado” é parecido com o umedecido, porém, é possível perceber a diferença
entre ambos pois o embaraçado permite que as bochechas fiquem coradas, o que
significa que a situação está desconfortável. Outro sinal indicador é mover a
cabeça para baixo e ligeiramente para a esquerda.
Qualificador sorriso
Este sorriso começa levantando o lábio inferior rapidamente e é
ocasionalmente acompanhado por uma rápida inclinação para baixo. Talvez seja o
mais irritante de todos os sorrisos, uma vez que pode prende o destinatário em
sorrir de volta.
Sorriso irritado
Este
sorriso demonstra a emoção de descobrir a desgraça alheia.
Sorriso falso
O sorriso falso pode ser facilmente detectado, pois o músculo
ocular se contraem. Além disso, os sorrisos podem ser muito abruptos
ou muito persistentes, ou ocorrer muito cedo ou muito antes da frase que eles
devem acompanhar.
Sorriso coquete
É o sorriso
em que a pessoa olha para o lado antes de sorri envergonhadamente.
Agora fica
mais fácil discernir quando alguém sorrir para nós. Se você gostou compartilhe
com seus amigos.
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