(Foto: Mauro Ângelo) |
Jardson Cantanhede Amorim, 19 anos, foi
preso na manhã de quinta-feira (29) no Estado do Maranhão acusado de ser integrante da rede de jogos “Baleia Azul”, que
incentiva jovens a cometerem suicídio. As investigações foram conduzidas pela
Delegacia de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT) da Polícia
Civil do Pará que localizou o homem depois que uma vítima, moradora do
município de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, resolveu denunciar o
caso, em abril último.
Essa é a
primeira prisão realizada no país, relacionada ao jogo que ocorre pelas redes
sociais, principalmente, em comunidades do Facebook. Jardson é morador do
interior da cidade de Bequimão, no Maranhão. É estudante e mora com os pais.
Ele possuía um perfil falso com o nome “Scotch Taylor” e era o curador
(moderador) do jogo, ou seja, uma das pessoas que se comunicava com as vítimas,
obrigando-as a completar as fases do desafio, que consistiam em automutilação
até o último estágio, onde deveriam cometer suicídio.
De acordo
com a delegada da DPRCT, Vanessa Lee, o acusado foi localizado pelo endereço de
IP (Internet Protocol) com base no perfil do Facebook e nas conversas que a
jovem de 18 anos possuía com ele. Ainda segundo ela, Jardson foi contraditório
durante depoimento.
“As regras
estão na rede mundial de computadores. Era ele quem enviava as regras para quem
entrasse no jogo. Aqui disse que havia criado o perfil falso no Facebook para
orientar a jogar, e depois já disse que estava ali justamente para orientar as
pessoas a não se matarem”, disse a delegada de Polícia Civil.
Ainda não
foi possível quantificar o número de pessoas que entraram no desafio promovido
por ele, mas pela possibilidade de alcance que a internet tem mundialmente, ele
confessou que chegou a conversar com uma pessoa de Portugal. “Provavelmente ele
tem mais vítimas, a internet possibilita esse alcance. Ele falou que foi
procurado por uma pessoa de Portugal, mas não consegue quantificar quantas
pessoas orientava”, falou a delegada.
A policial
ainda desconhece se alguma vítima dele chegou a cometer suicídio ao final das
etapas. As investigações serão aprofundadas, a fim de que mais vítimas o
denunciem.
FRAGILIDADE
A delegada
Vanessa Lee explicou que o perfil dos jovens que aderem aos grupos da “Baleia
Azul” é de crianças, adolescentes e até jovens adultos, frágeis emocionalmente.
“A partir do momento que entra no jogo, o curador diz que ela não vai mais sair
e, na tentativa de sair, passa a ameaçá-la, dizendo que sabem onde mora e que
vão matar os pais. Mas isso não é real”, falou a policial civil.
Por isso,
destacou a importância do acompanhamento do uso da internet, nos computadores e
em celulares, e a conversa entre pais e filhos, assim como também da comunidade
escolar sobre o caso.
“Pais
procurem saber o que os seus filhos andam acessando. As vezes, acham que pelo
fato das crianças estarem acessando a internet de casa, elas estão seguras, mas
há muitos criminosos na rede. Conversem com seus filhos e escolas, conversem
com os alunos. Há diversas comunidades no país e no mundo, é um caso de extrema
crueldade”, disse.
DOL
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