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sábado, 1 de julho de 2017

Em Belém, moderador do "Baleia Azul" nega crime

Em Belém, moderador do
(Foto: Mauro Ângelo)
Jardson Cantanhede Amorim, 19 anos, foi preso na manhã de quinta-feira (29) no Estado do Maranhão acusado de ser integrante da rede de jogos “Baleia Azul”, que incentiva jovens a cometerem suicídio. As investigações foram conduzidas pela Delegacia de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT) da Polícia Civil do Pará que localizou o homem depois que uma vítima, moradora do município de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, resolveu denunciar o caso, em abril último.

Essa é a primeira prisão realizada no país, relacionada ao jogo que ocorre pelas redes sociais, principalmente, em comunidades do Facebook. Jardson é morador do interior da cidade de Bequimão, no Maranhão. É estudante e mora com os pais. Ele possuía um perfil falso com o nome “Scotch Taylor” e era o curador (moderador) do jogo, ou seja, uma das pessoas que se comunicava com as vítimas, obrigando-as a completar as fases do desafio, que consistiam em automutilação até o último estágio, onde deveriam cometer suicídio. 

De acordo com a delegada da DPRCT, Vanessa Lee, o acusado foi localizado pelo endereço de IP (Internet Protocol) com base no perfil do Facebook e nas conversas que a jovem de 18 anos possuía com ele. Ainda segundo ela, Jardson foi contraditório durante depoimento. 

“As regras estão na rede mundial de computadores. Era ele quem enviava as regras para quem entrasse no jogo. Aqui disse que havia criado o perfil falso no Facebook para orientar a jogar, e depois já disse que estava ali justamente para orientar as pessoas a não se matarem”, disse a delegada de Polícia Civil. 

Ainda não foi possível quantificar o número de pessoas que entraram no desafio promovido por ele, mas pela possibilidade de alcance que a internet tem mundialmente, ele confessou que chegou a conversar com uma pessoa de Portugal. “Provavelmente ele tem mais vítimas, a internet possibilita esse alcance. Ele falou que foi procurado por uma pessoa de Portugal, mas não consegue quantificar quantas pessoas orientava”, falou a delegada. 

A policial ainda desconhece se alguma vítima dele chegou a cometer suicídio ao final das etapas. As investigações serão aprofundadas, a fim de que mais vítimas o denunciem. 

FRAGILIDADE

A delegada Vanessa Lee explicou que o perfil dos jovens que aderem aos grupos da “Baleia Azul” é de crianças, adolescentes e até jovens adultos, frágeis emocionalmente. “A partir do momento que entra no jogo, o curador diz que ela não vai mais sair e, na tentativa de sair, passa a ameaçá-la, dizendo que sabem onde mora e que vão matar os pais. Mas isso não é real”, falou a policial civil. 

Por isso, destacou a importância do acompanhamento do uso da internet, nos computadores e em celulares, e a conversa entre pais e filhos, assim como também da comunidade escolar sobre o caso. 

“Pais procurem saber o que os seus filhos andam acessando. As vezes, acham que pelo fato das crianças estarem acessando a internet de casa, elas estão seguras, mas há muitos criminosos na rede. Conversem com seus filhos e escolas, conversem com os alunos. Há diversas comunidades no país e no mundo, é um caso de extrema crueldade”, disse.





DOL

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