Josivaldo e Sildener foram os primeiros detentos mortos em 2014 |
Logo após a rebelião do dia 17 de dezembro de 2013, que
resultou na morte de quatro detentos – sendo três decapitados, foram instituídas
diretorias de segurança nas unidades prisionais do Complexo Penitenciário de
Pedrinhas, em São Luís, Maranhão, com a presença de policiais militares nas instalações dos presídios
e a realização constante de vistorias nas celas, iguais à ocorrida na última
terça-feira (31), quando um grande número de armas, drogas e até bebidas
alcoólicas foi apreendido. No entanto, nem mesmo esse reforço na segurança das
“cadeias” foi possível para intimidar os presos e evitar que eles matassem mais
dois detentos, crimes ocorridos em menos de 24 horas: um na madrugada e outro
na tarde de ontem (2).
A
primeira vítima foi Josivaldo Pinheiro Lindoso, conhecido como “Bigode”, de 35
anos, que residia no Bairro do Coroado. Ele foi morto por estrangulamento,
durante a madrugada, na cela 9, do Centro de Triagem, unidade prisional que
fica nas dependências do Centro de Detenção Provisória (CDP), em Pedrinhas.
Foragido –
Josivaldo já tinha sido sentenciado a seis anos de prisão, por um roubo
qualificado ocorrido em 2009, e cumpria a pena em Pedrinhas. Ele, porém, após
ter sido beneficiado por uma saída temporária, no natal de 2012, não mais
retornou.
A vítima foi recapturada no
Bairro do Coroado, quando bebia em um bar, armado com um revólver calibre 38,
segundo informações colhidas pelo JP.
Naquela ocasião, desafetos do criminoso o avistaram e desferiram vários
disparos de arma de fogo contra ele, que foi atingido nas costas e no braço
esquerdo. No Hospital Djalma Marques (Socorrão 1), para onde foi conduzido,
ficou constatado que Josivaldo era foragido de Pedrinhas. Uma guarnição da PM,
então, o encaminhou para o Plantão Central da Beira-Mar; e, de lá, ele foi
deslocado para o Centro de Triagem.
O JP, por meio de
suas fontes, apurou que naquela delegacia, Josivaldo implorou para não retornar
ao Complexo de Pedrinhas, “pois estava marcado para morrer”.
Segundo preso morto – No final da tarde de ontem, o detento
Sildener Pinheiro Martins, o “Bolinha”, de 19 anos, foi encontrado morto em uma
das celas do Bloco Alfa, do CDP. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e
Administração Penitenciária (Sejap), Sildener foi assassinado a golpes de
chuços, em consequência de briga de membros de uma mesma facção criminosa.
Sildener foi preso no dia 23 de maio, do ano passado, por
policiais do Serviço de Inteligência da Polícia Militar (SI-PM), na comunidade
Riacho Doce – região da Vila Embratel – onde ele residia. Ele era apontado como
integrante do grupo de “Kaic”, suspeito pela morte do taxista Filomeno Almeida
dos Santos, de 77 anos, na noite de segunda-feira (20), no Parque Pindorama.
Na ocasião, Sildener foi conduzido ao 5º DP, no Anjo da Guarda,
e apresentado ao delegado Walter Wanderley. Em seguida, ele foi transferido
para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde permaneceu até a tarde de
ontem.
A Sejap informou que uma série de medidas está sendo
desenvolvida para devolver a normalidade ao sistema prisional do estado e para
assegurar os direitos e a integridade de seus usuários. Ainda segundo a
secretaria, uma Comissão de Investigação, instalada logo após as denúncias
feitas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), está acompanhando todos
os trabalhos nos presídios. E que, por meio do Programa Viva Maranhão, o
governo está investindo na construção de novas unidades e no reaparelhamento do
Sistema Penitenciário do estado.
Ambos os crimes estão sendo investigados pela Delegacia de
Homicídios.
Jornal Pequeno
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