O governo federal não vai dar
mais prazo para que os municípios acabem com os lixões e passem a armazenar os
resíduos sólidos em aterros sanitários. O prazo acaba no próximo sábado (2),
mas até agora menos da metade dos municípios conta com destinação adequada do
lixo.
Segundo
a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, uma ampliação pode ser
discutida no Congresso Nacional. Para ela, a repactuação do prazo para a
adequação deve vir acompanhada de um debate ampliado sobre a lei, levando em
conta a realidade de cada município. “A necessidade de repactuar o prazo deve
ser tratada no Congresso Nacional. O governo apoia uma discussão ampliada sobre
a lei. Ampliar o prazo sem considerar todas as questões é insuficiente. Não se
trata de empurrar com a barriga”, disse a ministra ontem (31). Segundo ela, é
preciso entender a lógica econômica dos municípios, a dificuldade que
eles têm para operar, e considerar, ainda, o tamanho dos municípios e sua
localização.
O Brasil
tem atualmente 2.202 municípios que contam com destinação adequada dos resíduos
sólidos, o que representa 39,5% das cidades do país. Por outro lado, 60% do
volume de resíduos já está com destinação adequada.
Enquanto o assunto não é
debatido no Congresso, o governo vai trabalhar com os ministérios públicos para
“construir soluções” de acordo com a realidade de cada município. Uma reunião
está marcada para o dia 22 de agosto para debater o assunto. Segundo a
ministra, entre as soluções que podem ser apresentadas estão termos de
compromisso e termos de ajustamento de condutas com os municípios.
Nos
últimos quatro anos, desde que a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi
aprovada, o governo federal disponibilizou R$ 1,2 bilhão para municípios e
estados para ações de destinação de resíduos sólidos, incluindo a elaboração de
planos e investimentos em aterros. Segundo a ministra, menos de 50% desses
recursos foram executados, por causa de situações de inadimplência de
municípios ou dificuldades operacionais.
Para a
ministra, nos últimos quatro anos, houve um engajamento dos municípios para
buscar soluções, e o número de cidades com destinação adequada dobrou. Mas,
segundo ela, existem vários tipos de dificuldades peculiares de cada município.
“Há uma diversidade de situações no país, não é só uma questão de tornar os
recursos disponíveis, precisa trabalhar uma capacidade para os municípios darem
respostas”, disse a ministra.
Dos 27
estados, apenas Maranhão, Rio de Janeiro e Pernambuco concluíram seus planos
estaduais de resíduos sólidos. Para a ministra Izabella, o grande desafio é
conseguir o engajamento dos governos estaduais. “Se não tiver uma coordenação
dos governos estaduais, a União não pode coordenar na ponta todos os municípios,
é necessária a coordenação, o engajamento e a governança dos estados”, disse.
A
Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada em 2010 e determina que
todos os lixões do país deverão ser fechados até o próximo sábado (2). Pela
lei, o lixo terá que ser encaminhado para um aterro sanitário, forrado com
manta impermeável, para evitar a contaminação do solo. O chorume deve ser
tratado e o gás metano terá que ser queimado. Quem não cumprir a legislação
estará submetido às punições previstas na Lei de Crimes Ambientais, que prevê
multa de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.
Agência Brasil
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