Novo valor será incluído na proposta da
Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), a ser enviada ao Congresso Nacional até
15 de abril
O governo propôs salário mínimo de R$ 979 para o próximo
ano. O valor consta do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de
2018, apresentado nesta sexta-feira (7) pelos ministros anunciaram os ministros
do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Fazenda, Henrique Meirelles.
Atualmente, o salário mínimo é R$ 937. De acordo com
Oliveira, a equipe econômica seguiu a regra atual, que determina a correção do
mínimo pela inflação do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos
bens e dos serviços produzidos no país) de dois anos anteriores.
Como em 2016 houve contração de 3,6% do PIB, o salário
mínimo será corrigido exclusivamente pela variação do IPCA de 2017. Para chegar
a estimativa, o governo considerou a estimativa de 4,48% para o IPCA que consta
do boletim Focus, pesquisa com mais de 100 instituições financeiras divulgada
toda semana pelo Banco Central.
Aumento do déficit
O projeto da LDO aumentou em R$ 50 bilhões, de R$ 79
bilhões para R$ 129 bilhões, a meta de déficit primário (resultado negativo nas
contas do governo sem o pagamento dos juros da dívida pública) para 2018. De
acordo com os ministros, a nova meta leva em conta a queda de arrecadação
decorrente da recessão de 2015 e de 2016, que se manifesta nas receitas do
governo com certo tempo de defasagem.
“Em 2018 ainda sofreremos um processo de atraso da
resposta na receita. As empresas ainda estarão acumulando muitos créditos
fiscais decorrentes de prejuízos anteriores. A recuperação da economia em 2018
não impacta imediatamente na arrecadação. Do lado das receitas ainda teremos em
certa medida efeitos da recessão”, disse Oliveira.
De acordo com o ministro do Planejamento, mesmo com
crescimento de 2,5% no PIB para o próximo ano, a arrecadação federal ainda vai
demorar a recuperar-se. Segundo ele, a partir de 2019, o governo espera uma
recomposição da receita, mas ainda sem voltar aos níveis de 2011, quando a
receita era dois pontos percentuais do PIB acima do nível atual.
O Tempo
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